quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Vida de garupa é complicada, mas prazerosa!

Geórgia Zuliane
A garupa Geórgia Zuliani descreve de uma forma divertida o que é ser esta pessoa corajosa, que confia sua própria vida às mãos do piloto, descrevendo as sensações de sempre andar (ou co-pilotar) sentada na garupa. Então, pilotem com ela.

“Vida de Garupa é Complicada!!!


Vocês acham que a vida de uma garupa é fácil? Pois não é. Para quem acha que a vida de uma garupa é como sentar num banco traseiro de um carro, ou até mesmo no conforto de uma Electra Glide (Harley Davidson), curtindo um som, de óculos escuros e de mira na paisagem, esquece. O cotidiano nas diversas motos é bem diferente.
A minha experiência como garupa inclui variados modelos de motos e diferentes tipos de estradas (ruas, avenidas, rodovias, áreas urbanas, com terra/areia, etc.). Nada como uma Rodovia lisinha e sem buracos. Mas, “êpa”, na frente um carro com uma bagagem no teto que é o dobro do tamanho do veículo. O piloto da moto ultrapassa e ao ver que vai esbarrar a cabeça dá uma entortada no pescoço. E você garupa? Não presta atenção por onde está andando e vai ver onde fica a sua cabeça.
Uma garupa aprecia tudo o que o piloto não pode ver, mas a distração poderá ser fatal. O seu corpo terá que ser uma extensão do corpo do piloto, não é mesmo? Ele inclina e você vai junto; vira e você vai junto; de repente freia e você vai junto. Será? Se estiver atento, sim. Mas caso contrário o piloto fica e você vai. Não é só o seu corpo que tem que ser uma extensão do corpo do piloto, mas o seu raciocínio também. Você terá que aprender a prever as atitudes do seu companheiro de estrada e pensar como ele em toda e qualquer situação. Acha que é fácil? Então vamos lá! Vamos viajar e passar uma semana fora, quem leva a mochila? A garupa é claro!
Quer conforto? Esqueça! Agora terá que pensar na segurança. Vão doer às costas, o bumbum, as pernas e quando não aguentar mais, só tem um jeito, peça pra parar. Ah! Na hora da viajem a garupa também serve como um GPS, caso não tenha um será ela quem irá ler o mapa, as referências e o nome das ruas. Vamos registrar essa viajem, afinal é merecida, mas e as fotos quem tira? Adivinharam! A garupa. Radares móveis à frente, sabem quem vê primeiro? Exatamente! Adivinharam novamente. Ou seja, a garupa é um perfeito GPS, a qual indica as ruas, manda virar e ainda apita quando vê um radar (RADAR! RADAR!…).
As aflições são variadas com carros entrando sem pisca, buracos, retrovisores de ônibus e caminhões, linhas de pipas, entre outras. Às vezes penso que jamais morrerei num acidente de moto, pois o ataque cardíaco virá primeiro. Brincadeirinha!!! Com todas essas dificuldades eu acho o máximo ser garupa, afinal pilotar uma moto é muito bom, mas e o resto? O piloto jamais irá visualizar todas as paisagens e acontecimentos como a garupa. Cada momento é uma sensação e oportunidade única.
Ser garupa significa enfrentar dificuldades, dores, cansaço e os limites, e no final ganhar o prazer e a melhor sensação de todas que é a conquista de alguns dos melhores momentos da sua vida.”

Por Geórgia Zuliani, 
fotógrafa, criadora do Blog do Amaral e
 "garupa profissional"
No motonline.com.br


Um comentário:

  1. Legal Inês, ela está corretíssima, se o/a garupa não estiver em sintonia com o piloto, este terá muita dificuldade para fazer uma boa condução, parabéns.

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