sexta-feira, 18 de outubro de 2013

E Vinícius faria 100 anos...

Em 19 de outubro de 1913, no Bairro do Jardim Botânico, Rio de Janeiro, nascia Marcus Vinitius da Cruz de Melo Moraes. Vinícius de Moraes foi um poeta rodeado de amigos por todos os lados. A amizade foi tema de muitos de seus poemas, crônicas e músicas. Ficou conhecido por criar sua obra a partir dos afetos dos amores – mas também dos amigos. Foram décadas de trocas constantes entre seus pares de literatura e música, construindo pactos afetivos e histórias de vida.

Ocupou um lugar singular na história da poesia brasileira. Foi um dos principais nomes daquela geração, surgindo na década de 1930, perído logo posteror ao Movimento Modernista, sua poesia de escrita límpida e linguagem fluida arrebatou em pouco tempo seus contemporâneos. Apesar de constituir sua figura pública através da poesia e da canção popular, Vinícius de Moares foi um dos grandes prosadores de sua geração.
Ao longo de sua vasta carreira musical, Vinícius compôs centenas de canções. Sozinho, com parceiros, fazendo só a letra, fazendo letras e música e as vezes até mesmo fazendo a música para outros serem os letristas. Nessas centenas de canções, alguns parceiros mudaram a vida de Vinícius e a história de nossa música popular. Desde a “invenção da Bossa Nova” e o sucesso mundial ao lado de Tom Jobim até o início de carreira de um jovem Edu Lobo, Vinícius semeou sua poesia em múltiplas frentes sonoras. Maestros, sambistas, jovens, velhos, consagrados e novatos, todos tiveram papel fundamental na trajetória musical de Vinícius.
Abaixo, alguns dos principais parceiros do poeta.
ANTONIO CARLOS JOBIM
Tom Jobim e Vinícius de Moraes formaram uma das mais famosas parcerias musicais de todos os tempos não só no Brasil, como no mundo. Foi a partir do encontro da dupla em 1956 para a realização da trilha do espetáculo Orfeu da Conceição que se iniciou uma história de ouro na nossa música popular – e uma amizade por toda a vida Autores de dezenas de canções interpretadas por diversas gerações, são responsáveis por sucessos como “A Felicidade”, “Chega de Saudade”, “Eu sei que vou te amar” e, claro, “Garota de Ipanema”.
BADEN POWELL
A parceria entre Vinícius de Moraes e Baden Powell foi uma das mais intensas da carreira do poeta. Ao formarem a dupla, passaram praticamente três meses morando juntos e compondo sem parar no apartamento que Vinícius vivia em Laranjeiras. A parceria continuou por muitos lugares, inclusive por Paris, onde conviveram durante um período. Além de uma série de sambas que levaram o letrista Vinícius a outros ares além da Bossa Nova, a dupla criou uma espécie de samba baiano-carioca, apresentando um toque e uma poesia inéditos até então. A dupla batizou essa leva genial de canções como Os Afrosambas. O disco homônimo, lançado em 1966, tornou-se um marco da música popular brasileira.
CARLOS LYRA
Aos 25 anos de idade Carlos Lyra ligou para o poeta Vinícius de Moraes no intuito de talvez fazerem juntos algumas canções. Nesse dia, começou uma forte parceira e amizade, feita com mais de vinte músicas. Algumas, como a trilha sonora do espetáculo Pobre menina rica (1962) e o “Hino da UNE”, de 1964 marcaram época e defiram alguns rumos da Música Popular Brasileiro.
EDU LOBO
Quando Edu Lobo tinha ainda 18 anos, era um jovem estudante universitário de Direito. Nesse mesmo ano, torna-se parceiro simplesmente de Vinícius de Moraes. O já famoso poeta e compositor passava nessa época temporadas em Petrópolis e conheceu uma nova geração de músicos como Joyce, Francis Hime e o próprio Edu. A diferença de idade não impediu que os dois compusessem uma série de canções de sucesso na época. Juntos, venceram o primeiro Festival da Musica Popular da Record com a marcante “Arrastão”.
TOQUINHO
Toquinho e Vinícius se conheceram oficialmente na Itália, apesar do primeiro já ter o segundo como ídolo há muito tempo. Ele era amigo de Chico Buarque e tinha ido para a Europa fazer companhia durante o exílio do segundo. Ao conhecer Vinícius com 23 anos, iniciaram uma parceria que só terminaria com a morte do poeta. Toquinho tinha, então, 34 anos. Nesses onze anos, foi Toquinho quem acompanhou Vinícius na sua fase mais popular de público e mais incompreendido pela crítica. Foi quando o poeta se libertou de uma série de convenções e caiu no mundo com uma série infindável de shows e discos. A dupla fez, entre gravações de estúdio e ao vivo, mais de quinze discos nesse período, além de clássicos como “Tarde em Itapoã”, “Carta ao Tom” e “Regra três”.
OUTROS PARCEIROS
A lista de parceiros bissextos ou esporádicos de Vinícius é bem longa. Temos desde jovens desconhecidos na época como Jards Macalé e Francis Hime, até nomes consagrados como Pixinguinha e Ary Barroso. Um deles, Chico Buarque, fez poucas parcerias, porém com êxitos que ficaram para sempre em nosso melhor cancioneiro. Além desses citados, muitos outros nomes de parceiros. merecem destaque como (em ordem alfabética): Adoniram Barbosa, Antonio Maria, Alaíde Costa, Ary Barroso, Antonio Madureira, Azeitona, Claudio Santoro, Fagner, Francisco Enoé, Francis Hime, Garoto, Haroldo Tapajós, Ian Guest, Jards Macalé, João Bosco, Marília Medalha, Moacir Santos, Mutinho, Nilo Queiroz, Paulo Soledade, Paulo Tapajós, Pixinguinha e Vadico.
Vinícius morre de edema pulmonar no dia 9 de julho em sua casa na Gávea, ao lado de seu parceiro Toquinho e de Gilda Mattoso.

Fonte:
http://www.viniciusdemoraes.com.br/



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